MAIÚSCULO
II ENCONTRO
do GT Regional
de África da ANPUH-SP
pesquisa, ensino e movimentos sociais
I Seminário de Estudos Africanos da UFABC
14 e 15 de agosto de 2019
Sessão de trabalho 1
A África na sala de aula: experiências e práticas na educação básica
Fábia Barbosa Ribeiro
(UNILAB/UNIFESP)
terça 15h às 17h
Arte feita com macumba: ressonâncias entre o sagrado e o profano pelo Grupo Folclórico Dora Pinto
Victória Larissa Ribeiro dos Santos (Universidade de São Paulo)
Em 1965 um artigo com o título "A arte feita com Macumba" foi publicado na revista ilustrada "A cigarra", cujas primeiras edições disponíveis datam do ano de 1914 e a última de 1975. Ela circulou pela cidade de São Paulo inicialmente sob a direção de Gelásio Pimenta e mais tarde, por volta da década de 40, no Rio de Janeiro, sob a direção do grupo Chateaubriand. Nessa matéria é apresentado o Grupo Folclórico do IV Centenário, composto por 26 mulheres, fundado pela professora Dora Pinto, que buscava divulgar a música, a dança e o vestuário “autêntico” brasileiro.
Reproduzindo pesquisas feitas em terreiros de umbanda e sobre “lundu africano” e maracatu as mulheres integrantes do Grupo Folclórico cantavam, dançavam e tocavam diversos instrumentos. É possível perceber, pela fotografia de Alexandre Baratta, exposta na matéria, essas mulheres tocando camisão e atabaque, sendo ressaltado no texto de Marisa Alves Lima uma série de instrumentos que ela considera folclóricos, que seriam “comprados, descobertos e inventados”. Segundo Marisa Alves de Lima, a intenção do grupo seria uma busca por uma autenticidade brasileira, que estaria atrelada a expressões da macumba.
O que essa matéria nos mostra, tomando os devidos cuidados relativos à identificação dos valores assumidos pela revista, é a presença dessas mulheres instrumentistas, em algumas cenas em possessão, dançando, cantando, que se inspiram em diferentes matrizes culturais e religiosas. Esta representação de caráter folclórico se aproxima dessa pesquisa, que busca estudar as matrizes formadoras da umbanda e as mulheres tocadoras de tambores dentro dos terreiros de umbanda. A apresentação indicaria um intercâmbio entre o campo religioso e o artístico? Seriam tradições, reinvenções ou novidades as mulheres tocadoras de tambor?
Nesses termos, a proposta dessa apresentação é pensar nas dissonâncias e ressonâncias entre o espaço sagrado e profano, tendo em vista, que nem sempre esses limites se encontram delineados.
África Eterna: O jogo como possibilitador de representações e construções de elementos históricos africanos
Matheus Koizumi Gomes (Faculdades Metropolitanas Unidas)
O trabalho África Eterna fora apresentado na disciplina de história africana na FMU em forma de jogo de cartas. O jogo tem como objetivo principal a desconstrução das visões eurocêntricas e muitas vezes destorcidas que os alunos possuem sobre o continente africano, em questões culturais, sociais, econômicas e etc., o estilo do jogo tem como objetivo o aprendizado da classe através das leituras das cartas e suas compreensões através das junções de cartas de mesma cor; já o professor é uma peça central no funcionamento do jogo, funcionando como um moderador das informações passadas aos alunos porém fazendo com que os alunos entendam como a junção de cartas com pedaços de informações se unem. Logo a conversa e interação entre os jogadores é primordial para compreender as informações que vão sendo apresentadas.
O jogo em si possui divisões por cores para divisão dos temas abordados, com a junção de cartas das mesmas cores é possível chegar a uma conclusão sobre determinado tema através de interpretação dos textos em cada carta.
África Eterna: O jogo como possibilitador de representações e construções de elementos históricos africanos
Pedro Rafael Martins do Nascimento (FMU)
O trabalho África Eterna fora apresentado na disciplina de história africana na FMU em forma de jogo de cartas. O jogo tem como objetivo principal a desconstrução das visões eurocêntricas e muitas vezes destorcidas que os alunos possuem sobre o continente africano, em questões culturais, sociais, econômicas e etc., o estilo do jogo tem como objetivo o aprendizado da classe através das leituras das cartas e suas compreensões através das junções de cartas de mesma cor; já o professor é uma peça central no funcionamento do jogo, funcionando como um moderador das informações passadas aos alunos porém fazendo com que os alunos entendam como a junção de cartas com pedaços de informações se unem. Logo a conversa e interação entre os jogadores é primordial para compreender as informações que vão sendo apresentadas.
O jogo em si possui divisões por cores para divisão dos temas abordados, com a junção de cartas das mesmas cores é possível chegar a uma conclusão sobre determinado tema através de interpretação dos textos em cada carta.
Repensando a história do Brasil: outras narrativas, ou narradores
Carlos Henrique Ò̩nà Veloso (UFRJ)
Repensando a história do Brasil é o tema de 2 aulas introdutórias ao curso de Filosofia para turmas de primeiro ano do ensino médio do Estado do Rio de Janeiro. A partir de três palavras em yoruba (jowere, owere e iṣẹgun, respectivamente lutar contra morte, esforçar-se para alcançar um objetivo e vitória) os alunos são levados a pensar a história não como fato, mas como perspectiva, no caso euro-centrada. A apresentação de uma outra narrativa a partir de uma cosmo-percepção negro-africana é uma estratégia para introdução das aulas. Este paper tem como propósito compartilhar esta experiência.